O que é família, afinal?

Você já parou para pensar no que realmente define uma família?

Família não é apenas a união de laços consanguíneos ou um núcleo definido por documentos legais. Ela pode se formar por convivência, por escolha, por afinidade — e não precisa seguir o modelo tradicional para ser válida ou significativa.

Hoje, reconhecemos que a família pode assumir diversas configurações: pode ser formada por pessoas que vivem juntas ou não, com ou sem laços de sangue, com ou sem vínculo jurídico. Pode ser monoparental, recasada, homoafetiva, ampliada, entre outras possibilidades. Nenhuma dessas formas, por si só, define como essa família funciona ou a qualidade das relações entre seus membros.

A família é construída no cotidiano, nos vínculos de cuidado, afeto e presença. É nesse espaço relacional que se estabelece o que, de fato, sustenta um grupo familiar.

Na psicoterapia com abordagem sistêmica, o olhar se volta para as relações — e não para rótulos ou papéis fixos. Interessa compreender como as pessoas se conectam, se afetam e se organizam entre si. Diferentes arranjos podem ser saudáveis ou desafiadores. O que importa, em última instância, é a qualidade das trocas que acontecem nesse sistema.

Carolina Gouvêa

Psicóloga | Abordagem Sistêmica

Referência: WAGNER, A.; TRONCO, C.; ARMANI, A. B. Introdução: Os desafios da família contemporânea. In: WAGNER, A. (org.). Desafios psicossociais da família contemporânea: pesquisas e reflexões. Porto Alegre: Artmed, 2011.